From 88c3a01cede8612372170507c8efa84c5376fa42 Mon Sep 17 00:00:00 2001 From: Silvio Rhatto <rhatto@riseup.net> Date: Fri, 15 Jan 2016 17:02:01 -0200 Subject: [PATCH] Charset --- sketches/autogestao.mdwn | 390 ++++++++++++++++++------------------ sketches/singularidade.mdwn | 46 ++--- 2 files changed, 218 insertions(+), 218 deletions(-) diff --git a/sketches/autogestao.mdwn b/sketches/autogestao.mdwn index 7566887..c4f8452 100644 --- a/sketches/autogestao.mdwn +++ b/sketches/autogestao.mdwn @@ -1,4 +1,4 @@ -Apatia, gerenciamento e autogest�o distribu�da +Apatia, gerenciamento e autogestão distribuída ---------------------------------------------- The reasonable man adapts himself to the world; the unreasonable one @@ -6,201 +6,201 @@ Apatia, gerenciamento e autogest depends on the unreasonable man. -- George Bernard Shaw -N�o � um jogo e nem as cartas est�o na mesa. At� agora, mostramos que o capitalismo se perpetua pela -busca por inova��es oriundas no seu pr�prio descontrole, mas que apesar disso as utopias n�o deixaram -de morrer. Ainda existem chances e provavelmente sempre existir�o. +Não é um jogo e nem as cartas estão na mesa. Até agora, mostramos que o capitalismo se perpetua pela +busca por inovações oriundas no seu próprio descontrole, mas que apesar disso as utopias não deixaram +de morrer. Ainda existem chances e provavelmente sempre existirão. -Nesse sentido, os dois pr�ximos textos s�o sugest�es de configura��es sociais que em princ�pio n�o -parecem essencialmente novas, n�o buscam serem consideradas como "de vanguarda". O que impulsionou -a escrita de todos esses textos e principalmente destes pr�ximos � a cren�a de que eles podem +Nesse sentido, os dois próximos textos são sugestões de configurações sociais que em princípio não +parecem essencialmente novas, não buscam serem consideradas como "de vanguarda". O que impulsionou +a escrita de todos esses textos e principalmente destes próximos é a crença de que eles podem contribuir para o fortalecimento do descontrole (descontrole do ponto de vista do capitalismo) e -principalmente do ru�do destinado a nos levar a uma sociedade mais justa. +principalmente do ruído destinado a nos levar a uma sociedade mais justa. -Talvez muito do que aqui esteja escrito j� tenha sido apropriado pelo capitalismo e pela l�gica -empresarial, talvez o que houver de novidade aqui possa no futuro ser tamb�m apropriado. Talvez, -at� a pr�pria ru�na do capitalismo e demais sistemas sociais produtores da mis�ria n�o dependa de -alguma descoberta e inova��o da esquerda, mas do seu pr�prio e imprevis�vel colapso. +Talvez muito do que aqui esteja escrito já tenha sido apropriado pelo capitalismo e pela lógica +empresarial, talvez o que houver de novidade aqui possa no futuro ser também apropriado. Talvez, +até a própria ruína do capitalismo e demais sistemas sociais produtores da miséria não dependa de +alguma descoberta e inovação da esquerda, mas do seu próprio e imprevisível colapso. -De qualquer modo, julgamos que devemos nos arriscar: n�o fazer nada � jogar as chances no lixo e +De qualquer modo, julgamos que devemos nos arriscar: não fazer nada é jogar as chances no lixo e terminar a vida como perdedores que nem jogaram. -Acontece que n�o � um jogo e nem as cartas est�o na mesa. No entanto, a rodada anterior j� foi -conclu�da, o movimento antiglobaliza��o j� inventou novidades, o sistema se apropriou de parte delas -e o mundo segue seu curso. Agora talvez seja uma nova rodada deste n�o-jogo. +Acontece que não é um jogo e nem as cartas estão na mesa. No entanto, a rodada anterior já foi +concluída, o movimento antiglobalização já inventou novidades, o sistema se apropriou de parte delas +e o mundo segue seu curso. Agora talvez seja uma nova rodada deste não-jogo. -O que exatamente deve ser feito, quais pr�ticas adotadas e quais horizontes vislumbrados dependem -de cada pessoa e de cada grupo, Aqui, colocamos apenas algumas sugest�es e possibilidades. Recomendamos -que cada grupo reflita e adote suas pr�prias. +O que exatamente deve ser feito, quais práticas adotadas e quais horizontes vislumbrados dependem +de cada pessoa e de cada grupo, Aqui, colocamos apenas algumas sugestões e possibilidades. Recomendamos +que cada grupo reflita e adote suas próprias. -Estas conclus�es s�o destinadas primeiramente aos grupos e pessoas que trabalham por um mundo mais -justo mas que no entanto tem seus esfor�os em muito diminu�dos pelo excesso de burocracia, formaliza��es, -concentra��o de poder (mesmo que involunt�ria), falta de engajamento e vontade das pessoas, etc. +Estas conclusões são destinadas primeiramente aos grupos e pessoas que trabalham por um mundo mais +justo mas que no entanto tem seus esforços em muito diminuídos pelo excesso de burocracia, formalizações, +concentração de poder (mesmo que involuntária), falta de engajamento e vontade das pessoas, etc. -Em segundo lugar, estas s�o conclus�es sobre como uma sociedade livre e justa pode operar de forma -autogestionada, autocontrolada e de forma distribu�da. +Em segundo lugar, estas são conclusões sobre como uma sociedade livre e justa pode operar de forma +autogestionada, autocontrolada e de forma distribuída. -Em nossos �ltimos textos temos discutido o controle social baseado no modelo de gerenciamento de fluxos -de informa��o, na explora��o do trabalho alheio e no aprisionamento do desejo humano. Postulamos inicialmente -que o controle total n�o existe e podemos tamb�m dizer que hoje em dia n�o h� meios para um descontrole total. -Todo o controle pode gerar descontrole, um modula o outro e o inapropri�vel se situa naquilo que pode ser +Em nossos últimos textos temos discutido o controle social baseado no modelo de gerenciamento de fluxos +de informação, na exploração do trabalho alheio e no aprisionamento do desejo humano. Postulamos inicialmente +que o controle total não existe e podemos também dizer que hoje em dia não há meios para um descontrole total. +Todo o controle pode gerar descontrole, um modula o outro e o inapropriável se situa naquilo que pode ser amplificado de modo a quebrar com o ciclo vicioso. -Durante nossa discuss�o sobre cultura e de acordo com cada um dos exemplos utilizados ao longo dos diversos -textos, a quest�o do gerenciamento e do controle social desembocaram na necessidade das pessoas serem capazes -de decidirem quais pr�ticas sociais devem escolher. Em outras palavras, autogest�o distribu�da. +Durante nossa discussão sobre cultura e de acordo com cada um dos exemplos utilizados ao longo dos diversos +textos, a questão do gerenciamento e do controle social desembocaram na necessidade das pessoas serem capazes +de decidirem quais práticas sociais devem escolher. Em outras palavras, autogestão distribuída. -� luz do que j� foi dito sobre cultura[1], a descri��o dos procedimentos contida neste texto deve ser -entendida como um objeto cultural ou at� como uma inova��o cultural, se � que neste texto h� alguma alus�o +À luz do que já foi dito sobre cultura[1], a descrição dos procedimentos contida neste texto deve ser +entendida como um objeto cultural ou até como uma inovação cultural, se é que neste texto há alguma alusão a comportamentos que sejam novos. De todo modo, este texto sugere comportamenteos sociais e portanto pode ser entendido como um dado cultural. -A autogest�o distribu�da +A autogestão distribuída ------------------------ -A domina��o das pessoas se estabelece quando as mesmas s�o gerenciadas de forma a se comportar conforme -normas previamente desejadas ou quando suas condutas s�o aceitas ou negadas. +A dominação das pessoas se estabelece quando as mesmas são gerenciadas de forma a se comportar conforme +normas previamente desejadas ou quando suas condutas são aceitas ou negadas. -* O Gerenciamento � valido? Existe a possibilidade do auto-gerenciamento ou gerenciamento distribu�do, +* O Gerenciamento é valido? Existe a possibilidade do auto-gerenciamento ou gerenciamento distribuído, onde cada pessoa contribui favoravelmente para a probabilidade de certos eventos ocorrerem em detrimento de outros? -* Exemplo 1: listar o que cada pessoa quer fazer coletivamente; pergunta ret�rica: o controle dessa listagem e - das associa��es entre pessoas que advir dela deve ser feito por uma �nica pessoa (o/a gerente) ou cada pessoa - deve saber como se associar (emerg�ncia de padr�es). +* Exemplo 1: listar o que cada pessoa quer fazer coletivamente; pergunta retórica: o controle dessa listagem e + das associações entre pessoas que advir dela deve ser feito por uma única pessoa (o/a gerente) ou cada pessoa + deve saber como se associar (emergência de padrões). -* Exemplo 2: a pr�pria organiza��o desta reuni�o pode ser observada sobre a �ptica do gerenciamento - centralizado/distribu�do: se todo mundo saber auto-organizar sua vida e organizar o coletivo e sua inser��o nele, - a organiza��o desta reuni�o e de qualquer outro processo coletivo passa a n�o ser gerenciado e controlado por - uma inst�ncia central. +* Exemplo 2: a própria organização desta reunião pode ser observada sobre a óptica do gerenciamento + centralizado/distribuído: se todo mundo saber auto-organizar sua vida e organizar o coletivo e sua inserção nele, + a organização desta reunião e de qualquer outro processo coletivo passa a não ser gerenciado e controlado por + uma instância central. -* Exemplo 3: s�tios da Web 2.0 que exploram redes sociais s�o sistemas de gerenciamento de pessoas. +* Exemplo 3: sítios da Web 2.0 que exploram redes sociais são sistemas de gerenciamento de pessoas. -Como combate � apatia, ao espet�culo (no sentido das pessoas se portarem como espectadoras, pessoas gerenciadas -que permanecem em estado de espera, let�rgico e ap�tico), ao ru�do existente na lista de discuss�o, � dificuldade -de acompanhamento dos processos no coletivo e � inexist�ncia de muitos processos realmente coletivos em andamento -(e n�o apenas �s iniciativas pessoais existentes dentro de um grupo), foi elaborado o seguinte esquema mental de como ele -lidou e como qualquer pessoa pode participar de um grupo, onde tr�s espa�os b�sicos do coletivo s�o visualizados e -uma fun��o � atribu�da a cada um deles: +Como combate à apatia, ao espetáculo (no sentido das pessoas se portarem como espectadoras, pessoas gerenciadas +que permanecem em estado de espera, letárgico e apático), ao ruído existente na lista de discussão, à dificuldade +de acompanhamento dos processos no coletivo e à inexistência de muitos processos realmente coletivos em andamento +(e não apenas às iniciativas pessoais existentes dentro de um grupo), foi elaborado o seguinte esquema mental de como ele +lidou e como qualquer pessoa pode participar de um grupo, onde três espaços básicos do coletivo são visualizados e +uma função é atribuída a cada um deles: -* Reuni�es informais: discuss�es, bate-papo descompromissado, elabora��o de propostas de decis�o e a��o. -* Wiki Fechado: relatos, propostas e formaliza��es. -* Lista de discuss�o: inst�ncia de tomada de decis�o. +* Reuniões informais: discussões, bate-papo descompromissado, elaboração de propostas de decisão e ação. +* Wiki Fechado: relatos, propostas e formalizações. +* Lista de discussão: instância de tomada de decisão. Ou seja: -* Inst�ncia informal: reuni�es presenciais ou via bate-papo. -* Inst�ncia formalizadora: lista de discuss�o. +* Instância informal: reuniões presenciais ou via bate-papo. +* Instãncia formalizadora: lista de discussão. * Meio de campo: Wiki Fechado. -Num exemplo concreto, trata-se de aplicar ao m�ximo esse esquema mental de como lidar com o coletivo: +Num exemplo concreto, trata-se de aplicar ao máximo esse esquema mental de como lidar com o coletivo: -* Usar a lista de discuss�o o m�nimo poss�vel para n�o gerar ru�do. -* Usar os encontros informais para a maior troca de id�ia. -* Usar o wiki ao m�ximo para passar o que foi discutido informalmente para a lista e vice-versa. +* Usar a lista de discussão o mínimo possível para não gerar ruído. +* Usar os encontros informais para a maior troca de idéia. +* Usar o wiki ao máximo para passar o que foi discutido informalmente para a lista e vice-versa. -Esse esquema mental nada mais faz do que sugerir um modelo pessoal de entendimento e participa��o no processo coletivo, -onde a pessoa pode determinar a melhor forma de se comunicar e submeter propostas, id�ias e relatos sem que suas -mensagens fa�am parte de um ru�do (isto �, excesso de mensagens sendo enviadas � lista) ou caiam num processo de -formaliza��o muito burocr�tico. +Esse esquema mental nada mais faz do que sugerir um modelo pessoal de entendimento e participação no processo coletivo, +onde a pessoa pode determinar a melhor forma de se comunicar e submeter propostas, idéias e relatos sem que suas +mensagens façam parte de um ruído (isto é, excesso de mensagens sendo enviadas à lista) ou caiam num processo de +formalização muito burocrático. -Com rela��o �s reuni�es informais, n�o h� problema de autonomia se as pessoas combinarem previamente, avisarem -a lista e depois acrescentarem relatos ao wiki (e informarem a lista dessas altera��es). Inclusive, as reuni�es +Com relação às reuniões informais, não há problema de autonomia se as pessoas combinarem previamente, avisarem +a lista e depois acrescentarem relatos ao wiki (e informarem a lista dessas alterações). Inclusive, as reuniões informais, se feitas dessa forma, evitam o problema de gastarmos semanas tentando encaixar na agenda de todo mundo -uma reuni�o onde no fim das contas aparecem poucas pessoas. Desse modo, quando algu�m quiser ou sentir que uma -reuni�o � necess�ria, basta combinar com outras pessoas interessadas, comunicar na lista e pronto :) +uma reunião onde no fim das contas aparecem poucas pessoas. Desse modo, quando alguém quiser ou sentir que uma +reunião é necessária, basta combinar com outras pessoas interessadas, comunicar na lista e pronto :) -Tal modelo nem precisa ser aprovado pelo coletivo, pois � um modelo de entendimento e relacionamento pessoal de -como as coisas podem fluir e como processos interessantes podem emergir, lembrando que emerg�ncia pode ser entendida -como pequenas regras (ou modelos, esquemas) de comportamento que cada pessoa mant�m e aplica. +Tal modelo nem precisa ser aprovado pelo coletivo, pois é um modelo de entendimento e relacionamento pessoal de +como as coisas podem fluir e como processos interessantes podem emergir, lembrando que emergência pode ser entendida +como pequenas regras (ou modelos, esquemas) de comportamento que cada pessoa mantém e aplica. -Por fim, a quest�o da apatia versus o protagonismo. Tal modelo de relacionamento proposto s� funciona de modo -saud�vel se todas as pessoas forem protagonistas, deixando sua apatia e sua pregui�a de lado. Caso contr�rio, -ela levar� a um gerenciamento centralizado nas poucas pessoas que forem ativas. Sentiu que uma troca de id�ias -deve ser feita? V�, fa�a, se poss�vel informe a lista com anteced�ncia e depois adicione o conte�do no wiki e -avise a lista dessa adi��o. +Por fim, a questão da apatia versus o protagonismo. Tal modelo de relacionamento proposto só funciona de modo +saudável se todas as pessoas forem protagonistas, deixando sua apatia e sua preguiça de lado. Caso contrário, +ela levará a um gerenciamento centralizado nas poucas pessoas que forem ativas. Sentiu que uma troca de idéias +deve ser feita? Vá, faça, se possível informe a lista com antecedência e depois adicione o conteúdo no wiki e +avise a lista dessa adição. -Quem n�o tem iniciativa est� destinado/a a ser gerenciado/a e governado/a. +Quem não tem iniciativa está destinado/a a ser gerenciado/a e governado/a. -Autogest�o +Autogestão ---------- -* Fazer e tornar p�blico na medida do poss�vel. +* Fazer e tornar público na medida do possível. -* N�mero m�ximo de pessoas com as quais algu�m consegue se relacionar. +* Número máximo de pessoas com as quais alguém consegue se relacionar. -* Espa�os formais e informais, momentos formais e informais. +* Espaços formais e informais, momentos formais e informais. * Os processos devem ser de modo a _viabilizar sempre_ o trabalho de todos/as, levando em - conta as limita��es das pessoas (tempo, capacidade, vontade, etc). + conta as limitações das pessoas (tempo, capacidade, vontade, etc). -* Entender os fatores que devem ser considerados na autogest�o de quaisquer procedimentos - coletivos (escalabilidades, fluxo de informa��o, etc). +* Entender os fatores que devem ser considerados na autogestão de quaisquer procedimentos + coletivos (escalabilidades, fluxo de informação, etc). -* As pessoas devem determinar os fluxos e os processos e n�o os sistemas que devem determinar - a forma de organiza��o e o trabalho das pessoas (nem as pesoas devem se realizar apenas - mediante a exist�ncia dos sistemas, devem ser independentes deles). +* As pessoas devem determinar os fluxos e os processos e não os sistemas que devem determinar + a forma de organização e o trabalho das pessoas (nem as pesoas devem se realizar apenas + mediante a existência dos sistemas, devem ser independentes deles). -* Os fluxos exercidos s�o realizados apenas a partir das vontades e desejos das pessoas, - sendo que estes sentimentos devem ser compreendidos tamb�m de acordo com a vontade de que +* Os fluxos exercidos são realizados apenas a partir das vontades e desejos das pessoas, + sendo que estes sentimentos devem ser compreendidos também de acordo com a vontade de que a liberdade e o bem-estar de uma pessoa contemplem e reforce a de outra. Exemplos -------- -* Agendas pessoais p�blicas. +* Agendas pessoais públicas. * Aproveitamento de material. -* Equipamentos coletivizados: o uso constante de espa�os e equipamentos pelos - seus donos � impratic�vel. Um "fundo" comum mas sem ser necessariamente um - dep�sito comum: esquema de empr�stimos distribu�do. +* Equipamentos coletivizados: o uso constante de espaços e equipamentos pelos + seus donos é impraticável. Um "fundo" comum mas sem ser necessariamente um + depósito comum: esquema de empréstimos distribuído. Informatizando -------------- -A autogest�o hoje pode ser muito enriquecida atrav�s da assimila��o de conceitos -e protocolos oriundos da teoria da informa��o. Teoria que foi criada para -a centraliza��o e o controle, mas que igualmente pode ser utilizada para a -descentraliza��o do mesmo. +A autogestão hoje pode ser muito enriquecida através da assimilação de conceitos +e protocolos oriundos da teoria da informação. Teoria que foi criada para +a centralização e o controle, mas que igualmente pode ser utilizada para a +descentralização do mesmo. -O modelo de uma organiza��o autogestionada ou mesmo de grupelhos tem tamb�m -muito o que herdar das experi�ncias da educa��o, da pedagogia e das escolas -libert�rias onde existem espa�os e estruturas dispon�veis para a investiga��o +O modelo de uma organização autogestionada ou mesmo de grupelhos tem também +muito o que herdar das experiências da educação, da pedagogia e das escolas +libertárias onde existem espaços e estruturas disponíveis para a investigação pessoal ou coletiva impulsionada pela vontade de conhecer. -Sem controle centralizado significa dizer que a priori n�o h� necessidade +Sem controle centralizado significa dizer que a priori não há necessidade de conhecimento global, mas apenas local (o que vale na maioria dos casos). -Portanto, a terceira contribui��o � autogest�o pode vir da chamada -"emerg�ncia de padr�es" e da "intelig�ncia coletiva": comportamentos -simples e adotados por v�rias pessoas que levam a um fluxo complexo. -Mas cuidado: se a subvers�o depender de comportamentos simples e previs�veis, -pode tamb�m existir uma possibilidade maior de enfraquecimento da resist�ncia. - -A cibern�tica � a ci�ncia do controle do ru�do, � uma tentativa de estabelecer -controles e lidar com descontroles. O caos � a ci�ncia de tentar encontrar e -controlar padr�es n�o determin�sticos. Se a cibern�tica j� � uma ci�ncia h� -muito estabelecida, o caos ainda � um ramo relativamente novo. No entanto, -da cibern�tica para o caos uma mudan�a de ocorreu: do estudo dos sistemas -de elimina��o de ru�do, j� bem estabelecidos pela cibern�tica, passou-se para -o estudo do pr�prio ru�do, nem sempre pass�vel de elimina��o (mesmo em sistemas -bem simples). O caos hoje � o atual ramo do conhecimento onde se efetua a batalha +Portanto, a terceira contribuição à autogestão pode vir da chamada +"emergência de padrões" e da "inteligência coletiva": comportamentos +simples e adotados por várias pessoas que levam a um fluxo complexo. +Mas cuidado: se a subversão depender de comportamentos simples e previsíveis, +pode também existir uma possibilidade maior de enfraquecimento da resistência. + +A cibernética é a ciência do controle do ruído, é uma tentativa de estabelecer +controles e lidar com descontroles. O caos é a ciência de tentar encontrar e +controlar padrões não determinísticos. Se a cibernética já é uma ciência há +muito estabelecida, o caos ainda é um ramo relativamente novo. No entanto, +da cibernética para o caos uma mudança de ocorreu: do estudo dos sistemas +de eliminação de ruído, já bem estabelecidos pela cibernética, passou-se para +o estudo do próprio ruído, nem sempre passível de eliminação (mesmo em sistemas +bem simples). O caos hoje é o atual ramo do conhecimento onde se efetua a batalha entre o controle e o descontrole. -� imprescind�vel para um grupo aut�nomo tamb�m ter autonomia e autocontrole -sobre sua estrutura informacional e portanto depender o m�nimo poss�vel de +É imprescindível para um grupo autônomo também ter autonomia e autocontrole +sobre sua estrutura informacional e portanto depender o mínimo possível de estruturas corporativas, pois estas podem, ao mesmo tempo que facilitar -o trabalho do grupo, tamb�m dele obter informa��es fundamentais e por isso tamb�m -ser capaz de, em algum momento, control�-lo. +o trabalho do grupo, também dele obter informações fundamentais e por isso também +ser capaz de, em algum momento, controlá-lo. -Resili�ncia +Resiliência ----------- -O monitoramento em massa e a consequente sele��o de alvos funcionam muito bem porque -mesmo nos movimentos sociais existe concentra��o de poder, controle e gerenciamento, -de modo que, com a remo��o de apenas algumas poucas pessoas, � poss�vel acabar +O monitoramento em massa e a consequente seleção de alvos funcionam muito bem porque +mesmo nos movimentos sociais existe concentração de poder, controle e gerenciamento, +de modo que, com a remoção de apenas algumas poucas pessoas, é possível acabar completamente com muitos movimentos. -Em grupos onde h� um gerenciamento distribu�do, onde h� autocontrole e autogest�o, -os grupos se tornam muito mais resistentes � sele��o de alvos. +Em grupos onde há um gerenciamento distribuído, onde há autocontrole e autogestão, +os grupos se tornam muito mais resistentes à seleção de alvos. ^ |. @@ -212,50 +212,50 @@ os grupos se tornam muito mais resistentes | . |-----------------------------> - Gr�fico 1: Tr�fego em fun��o do n�mero de pessoas + Gráfico 1: Tráfego em função do número de pessoas -Hoje, por�m, os grupos -- mesmo os aut�nomos --, tem suas estruturas muito diferentes -do modelo autogestionario, autocontrolado e autogerenciado. Inclusive isso � verdade -mesmo para aqueles que adotam a forma de organiza��o horizontal e anti-hier�rquica. +Hoje, porém, os grupos -- mesmo os autônomos --, tem suas estruturas muito diferentes +do modelo autogestionario, autocontrolado e autogerenciado. Inclusive isso é verdade +mesmo para aqueles que adotam a forma de organização horizontal e anti-hierárquica. -Os grupos s�o compostos por in�meras pessoas que, no entanto, deles pouco participam -ou neles desempenham pap�is menores nas decis�es tomadas e nas tarefas executadas. +Os grupos são compostos por inúmeras pessoas que, no entanto, deles pouco participam +ou neles desempenham papéis menores nas decisões tomadas e nas tarefas executadas. -O gr�fico acima mostra um levantamento das mensagens que circularam dentro de um -dado grupo durante um certo per�odo. Logo de cara percebe-se que poucas pessoas s�o -respons�veis pela maior parte das mensagens nele trafegadas, ou seja, poucas pessoam -tomam conta e gerenciam a comunica��o dentro e fora do grupo, eventualmente tamb�m -sendo elas as respons�veis pela pr�pria gest�o interna. +O gráfico acima mostra um levantamento das mensagens que circularam dentro de um +dado grupo durante um certo período. Logo de cara percebe-se que poucas pessoas são +responsáveis pela maior parte das mensagens nele trafegadas, ou seja, poucas pessoam +tomam conta e gerenciam a comunicação dentro e fora do grupo, eventualmente também +sendo elas as responsáveis pela própria gestão interna. -O gr�fico, no entanto, n�o � apenas representativo de um comportameteo dominante -nos movimentos sociais. Ele � na verdade representante da pr�pria caracter�stica +O gráfico, no entanto, não é apenas representativo de um comportameteo dominante +nos movimentos sociais. Ele é na verdade representante da própria característica do sistema social vigente que, mesmo possuindo uma massa enorme de gente que -efetivamente realiza trabalho, a mesma n�o participa dos processos de gest�o e -controle social, tanto porque o trabalho suga boa parte de suas energias ou tamb�m -porque elas n�o tem percep��o ou mesmo interesse na necessidade de serem aptas -de modificarem o pr�prio destino. +efetivamente realiza trabalho, a mesma não participa dos processos de gestão e +controle social, tanto porque o trabalho suga boa parte de suas energias ou também +porque elas não tem percepção ou mesmo interesse na necessidade de serem aptas +de modificarem o próprio destino. -Portanto, as pessoas atuam (ou deixam de atuar, afinal, acabam por n�o participar -em toda sua plenitude) nos movimentos com a mesma tend�ncias de delega��o de poder +Portanto, as pessoas atuam (ou deixam de atuar, afinal, acabam por não participar +em toda sua plenitude) nos movimentos com a mesma tendências de delegação de poder com que entregam seus destinos aos gestores sociais. -Concordo em parte: sim, o controle n�o � autom�tico simplesmente porque, -em primeiro lugar, monitoramento e controle demandam custos e at� hoje -n�o compensou monitorar todas as pessoas cadastradas aumenta demais os -limitados or�amentos destinados a isso (o que � v�lido principalmente -em pa�ses subdesenvolvidos que tem pouca verba destinada a esse tipo -de coisa). Em segundo lugar, monitorar todo mundo n�o � necess�rio pra -ter um bom mapa esquem�tico sobre uma dada organiza��o. Terceiro, porque -efetivamente nenhuma ag�ncia de intelig�ncia � realmente inteligente, -algumas se aproximam mais, outras menos, mas nenhuma � completamente -eficaz. Agora, dado o barateamento da inform�tica e a quantidade enorme -de desenvolvimento na computa��o de sistemas de minera��o de dados, -come�am a surgir sistemas de monitoramento em massa que aumentam muito -a efic�cia tanto das ag�ncias de intelig�ncia quanto da nova ind�stria -cultural. N�o quero com essa afirma��o dizer que ag�ncias de -intelig�ncia s�o a mesma coisa que olheiros/as da ind�stria cultural, -apenas falo que ambas tem interesses muito pr�ximos, ainda que para -finalidades diversas, na utiliza��o de algoritmos de minera��o de dados. +Concordo em parte: sim, o controle não é automático simplesmente porque, +em primeiro lugar, monitoramento e controle demandam custos e até hoje +não compensou monitorar todas as pessoas cadastradas aumenta demais os +limitados orçamentos destinados a isso (o que é válido principalmente +em países subdesenvolvidos que tem pouca verba destinada a esse tipo +de coisa). Em segundo lugar, monitorar todo mundo não é necessário pra +ter um bom mapa esquemático sobre uma dada organização. Terceiro, porque +efetivamente nenhuma agência de inteligência é realmente inteligente, +algumas se aproximam mais, outras menos, mas nenhuma é completamente +eficaz. Agora, dado o barateamento da informática e a quantidade enorme +de desenvolvimento na computação de sistemas de mineração de dados, +começam a surgir sistemas de monitoramento em massa que aumentam muito +a eficácia tanto das agências de inteligência quanto da nova indústria +cultural. Não quero com essa afirmação dizer que agências de +inteligência são a mesma coisa que olheiros/as da indústria cultural, +apenas falo que ambas tem interesses muito próximos, ainda que para +finalidades diversas, na utilização de algoritmos de mineração de dados. Sobre isso recomendo o seguinte artigo: @@ -263,53 +263,53 @@ Sobre isso recomendo o seguinte artigo: Questionable Value of Anonymous Communication http://freehaven.net/anonbib/cache/danezis:weis2006.pdf -Ele n�o fala apenas sobre monitoramento em massa e seguran�a. Uma -leitura atenta mostra que inclusive ele toca no ponto da gest�o -dos grupos. Se voc� ler, conto um segredo sobre ele! :P +Ele não fala apenas sobre monitoramento em massa e segurança. Uma +leitura atenta mostra que inclusive ele toca no ponto da gestão +dos grupos. Se você ler, conto um segredo sobre ele! :P -Concordo em parte. A programa��o da TV tende a evitar inova��es mas -aos poucos elas s�o sim introduzidas, bem aos poucos. O que discordo -� acreditar que a an�lise para a TV vale para outros instrumentos -midi�ticos. Paro tubo de ensaio, por exemplo, isso n�o vale, porque -n�o existe um "canal" e uma programa��o �nica veiculada +Concordo em parte. A programação da TV tende a evitar inovações mas +aos poucos elas são sim introduzidas, bem aos poucos. O que discordo +é acreditar que a análise para a TV vale para outros instrumentos +midiáticos. Paro tubo de ensaio, por exemplo, isso não vale, porque +não existe um "canal" e uma programação única veiculada sincronizadamente para uma massa de telespectadores/as. Nessas novas -formas de comunica��o a inova��o n�o acarreta em preju�zos, j� que � -o usu�rio/a que monta a sua programa��o. +formas de comunicação a inovação não acarreta em prejuízos, já que é +o usuário/a que monta a sua programação. -Concordo que muita coisa permanece subterr�nea, mas nem tudo fica, -especialmente aquilo que j� circula pela rede mundial de computadores. -Sim, sabotagens s�o poss�veis :) +Concordo que muita coisa permanece subterrânea, mas nem tudo fica, +especialmente aquilo que já circula pela rede mundial de computadores. +Sim, sabotagens são possíveis :) -Uma dos pressupostos do combate ao terror � a sele��o de alvos, mas o suposto -terrorismo funciona como c�lulas independentes com pouca ou nenhuma comunica��o -entre si; por isso, na pr�tica o objetivo do combate ao terror � a -desmobiliza��o dos movimentos sociais leg�timos. +Uma dos pressupostos do combate ao terror é a seleção de alvos, mas o suposto +terrorismo funciona como células independentes com pouca ou nenhuma comunicação +entre si; por isso, na prática o objetivo do combate ao terror é a +desmobilização dos movimentos sociais legítimos. Misc ---- "Quando um grupo de desejos se agrupa e tenta deixar escoar um pouco - desta demanda represada, eles s�o represados." + desta demanda represada, eles são represados." - http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/10/398279.shtml -* Disciplinariza��o, trabalho, produtividade, pregui�a e desejo. -* Conhecimento do todo (informa��o global do sistema) ou apenas de algumas partes (informa��es locais): emerg�ncia. -* O problema, como foi diagnosticado, parece ter ra�z no gerenciamento e na administra��o centralizadoras e/ou alheia (externa) �s pessoas. A autogest�o distribu�da pode ser um pressuposto. +* Disciplinarização, trabalho, produtividade, preguiça e desejo. +* Conhecimento do todo (informação global do sistema) ou apenas de algumas partes (informações locais): emergência. +* O problema, como foi diagnosticado, parece ter raíz no gerenciamento e na administração centralizadoras e/ou alheia (externa) às pessoas. A autogestão distribuída pode ser um pressuposto. * Desejo pode gerar descontrole. -* A pixa��o e o grafite em princ�pio s�o manifesta��es n�o gerenciadas. -* A tirania das organiza��es sem estrutura: rela��es entre inst�ncias formais de democracia e informais de tirania. +* A pixação e o grafite em princípio são manifestações não gerenciadas. +* A tirania das organizações sem estrutura: relações entre instâncias formais de democracia e informais de tirania. * Espectro de desejos e espectro de energia. -* Na sociedade de controle, n�o h� apenas a disciplina individual e a biopol�tica das massas, mas uma jun��o das mesmas: � poss�vel simultaneamente vigiar um indiv�duo espec�fico assim como qualquer massa que ele integre. -* Capital humano: a sala de bate-papo foi substitu�da pela lista de contatos do Orkut e do MSN. Economia dos contatos. -* A racionalidade dos gestos do trabalhador/a se faz muito mais presente na inform�tica do que em outras �reas principalmente porque � nela em que os menores atos tem grande alcance. Racionaliza��o que tamb�m provoca les�es por esfor�os repetitivos. -* Nome de um grupo ou pessoa � um bem rival, j� que � utilizado na atividade pol�tica. Em muitos casos, o uso contradit�rio do nome pode levar a perda de credibilidade, em outros pode ser operacional. -* Parece mais sensato nos referirmos a _conte�do_ e n�o � cultura. -* Cuidado com a busca pela regularidade nas a��es (reuni�es, etc). -* Verificar se isso aqui � interessante: [Informa��o e intelig�ncia coletiva no ciberespa�o: uma abordagem dial�tica](http://www.cienciasecognicao.org/artigos/v11/317144.html). -* Redes com escala, redes sem escala, redes com escala exponencial e resili�ncia. -* O erro das an�lises de Bauman e Adorno est� em n�o contar com a possibilidade do gerenciamento totalmente distribu�do, onde qualquer pessoa possa ser ao mesmo tempo consumidora, produtora, gerenciadora, distribuidora, etc, e isso se extende para qualquer tipo de cadeia produtiva e n�o apenas para conte�dos culturais. - -Refer�ncias +* Na sociedade de controle, não há apenas a disciplina individual e a biopolítica das massas, mas uma junção das mesmas: é possível simultaneamente vigiar um indivíduo específico assim como qualquer massa que ele integre. +* Capital humano: a sala de bate-papo foi substituída pela lista de contatos do Orkut e do MSN. Economia dos contatos. +* A racionalidade dos gestos do trabalhador/a se faz muito mais presente na informática do que em outras áreas principalmente porque é nela em que os menores atos tem grande alcance. Racionalização que também provoca lesões por esforços repetitivos. +* Nome de um grupo ou pessoa é um bem rival, já que é utilizado na atividade política. Em muitos casos, o uso contraditório do nome pode levar a perda de credibilidade, em outros pode ser operacional. +* Parece mais sensato nos referirmos a _conteúdo_ e não à cultura. +* Cuidado com a busca pela regularidade nas ações (reuniões, etc). +* Verificar se isso aqui é interessante: [Informação e inteligência coletiva no ciberespaço: uma abordagem dialética](http://www.cienciasecognicao.org/artigos/v11/317144.html). +* Redes com escala, redes sem escala, redes com escala exponencial e resiliência. +* O erro das análises de Bauman e Adorno está em não contar com a possibilidade do gerenciamento totalmente distribuído, onde qualquer pessoa possa ser ao mesmo tempo consumidora, produtora, gerenciadora, distribuidora, etc, e isso se extende para qualquer tipo de cadeia produtiva e não apenas para conteúdos culturais. + +Referências ----------- 1. [A cultura sob o ponto de vista da sociedade do controle e descontrole](http://wiki.sarava.org/Estudos/CulturaControleDescontrole). diff --git a/sketches/singularidade.mdwn b/sketches/singularidade.mdwn index abe7e4c..e47a5d0 100644 --- a/sketches/singularidade.mdwn +++ b/sketches/singularidade.mdwn @@ -1,41 +1,41 @@ [[!meta title="Singularidade"]] -Este arquivo cont�m esbo�os e ideias para completar +Este arquivo contém esboços e ideias para completar [este texto](https://sarava.fluxo.info/Estudos/CriticaAoSingularismo). -Arca de No� e a auto-ajuda neo-conservadora +Arca de Noé e a auto-ajuda neo-conservadora ------------------------------------------- -Se esquecer que o mundo se tornar�, ao inv�s de uma cidade reluzente, numa -imensa favela; n�o contentes com isso, ainda lutam para que o mundo esteja -repleto de lixo tecnol�gico. +Se esquecer que o mundo se tornará, ao invés de uma cidade reluzente, numa +imensa favela; não contentes com isso, ainda lutam para que o mundo esteja +repleto de lixo tecnológico. -O ser humano -- para n�o dizer da pr�pria vida como a conhecemos -- tido como -futuramente obsoleto e descart�vel � o limite da obsolesc�ncia programada -praticada pelo complexo industrial, sendo a vertente tecnototalit�ria da +O ser humano -- para não dizer da própria vida como a conhecemos -- tido como +futuramente obsoleto e descartável é o limite da obsolescência programada +praticada pelo complexo industrial, sendo a vertente tecnototalitária da doutrina do design inteligente. -Para o pensamento singularista, n�o basta apenas que ocorra um obsoletismo: -este deve ser como na introdu��o de qualquer tecnologia pela ind�stria -capitalista, de forma brusca e impiedosa: a tecnologia anterior � descartada -num ato �nico, singular. O singularista, mesmo sem saber, afirma assim que o -ser humano e a vida n�o passam de tecnologias que inevitavelmente ser�o +Para o pensamento singularista, não basta apenas que ocorra um obsoletismo: +este deve ser como na introdução de qualquer tecnologia pela indústria +capitalista, de forma brusca e impiedosa: a tecnologia anterior é descartada +num ato único, singular. O singularista, mesmo sem saber, afirma assim que o +ser humano e a vida não passam de tecnologias que inevitavelmente serão declaradas como obsoletas. -Amplifica��o +Amplificação ------------ -O que move uma pessoa � uma quest�o complexa usualmente atribu�da a uma s�rie -de teorias: paix�es, �ticas, medos, interesses pessoais. Na hist�ria, -confundem-se os eventos e tend�ncias promovidas e impulsionadas por uma pessoa -um por um grupo social. Naqueles de grande escala, apenas tem peso as a��es -individuais que de algum modo s�o amplificadas pelo aparato tecnosocial. +O que move uma pessoa é uma questão complexa usualmente atribuída a uma série +de teorias: paixões, éticas, medos, interesses pessoais. Na história, +confundem-se os eventos e tendências promovidas e impulsionadas por uma pessoa +um por um grupo social. Naqueles de grande escala, apenas tem peso as ações +individuais que de algum modo são amplificadas pelo aparato tecnosocial. -O papel dos lobbystas, defensores e proponentes da singularidade n�o seria t�o -preocupante se n�o houvesse tal amplifica��o. +O papel dos lobbystas, defensores e proponentes da singularidade não seria tão +preocupante se não houvesse tal amplificação. Origem e fim ------------ -Se o primitivismo trata erroneamente da quest�o das origens, o singularismo -trata, da mesma forma, da quest�o do fim. +Se o primitivismo trata erroneamente da questão das origens, o singularismo +trata, da mesma forma, da questão do fim. -- GitLab